O Brasil enfrenta uma onda crescente de intoxicações provocadas por bebidas alcoólicas falsificadas contaminadas com metanol, substância usada na indústria química e proibida para consumo humano. Nas últimas semanas, o Ministério da Saúde confirmou mais de uma centena de casos suspeitos, acendendo um alerta sobre o risco desse tipo de produto vendido no mercado ilegal.
Um veneno invisível
O problema vai muito além de um simples produto falsificado. “O metanol, quando ingerido, é metabolizado pelo organismo em compostos altamente tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, que podem destruir o nervo óptico, causar falência renal e provocar a morte em questão de horas”, alerta o médico de saúde integrativa Dr. Francisco Saracuza.
Os sintomas iniciais — dor abdominal, náuseas, visão turva e confusão mental — podem demorar de 12 a 24 horas para aparecer, dificultando o diagnóstico precoce. Mesmo com atendimento rápido, muitos sobreviventes enfrentam cegueira permanente como sequela.
Casos em todo o país
Embora os registros mais recentes se concentrem em São Paulo, há ocorrências também na Bahia, Pernambuco, Paraná e Mato Grosso do Sul, indicando que a contaminação tem alcance nacional. Operações policiais já fecharam fábricas clandestinas e apreenderam centenas de garrafas falsificadas, mas as investigações apontam para algo mais grave: importação ilegal de metanol para abastecer o mercado paralelo, possivelmente com envolvimento de organizações criminosas.
Um problema de consumo e fiscalização
O consumo dessas bebidas está diretamente ligado à busca por preços mais baixos e à falta de fiscalização eficiente. A combinação de falsificação de rótulos e vendas em locais informais torna quase impossível para o consumidor identificar o perigo.
“Se a ingestão de bebidas já exige cautela pelos efeitos metabólicos e hormonais, o risco cresce exponencialmente quando falamos de adulteração com metanol. Não se trata apenas de moderação, mas de segurança: desconfiar de rótulos falsificados, preços baixos demais e locais sem credibilidade pode ser a diferença entre um momento de lazer e uma intoxicação com consequências irreversíveis”, conclui o Dr. Francisco Saracuza.
Prevenção é o melhor antídoto
Autoridades de saúde recomendam comprar bebidas apenas de fontes confiáveis, evitar produtos sem lacre ou com embalagens danificadas e denunciar qualquer suspeita de falsificação. Diante da gravidade dos casos e da rapidez dos efeitos tóxicos do metanol, a prevenção segue sendo a única forma eficaz de evitar tragédias.
